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23 de Abril de 2024

Câmara aprova projeto que permite terceirização da atividade-fim de empresa

Publicado por Daniele Freitas
há 9 anos

A emenda, de autoria do PMDB e do Solidariedade, foi aprovada por 230 votos a 203, e autoriza a terceirização de qualquer setor da empresa (atualmente a terceirização é permitida somente para atividade-meio, como por exemplo limpeza e segurança).

A emenda foi assinada pelo relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), e pelo líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ).

Dentre as empresas que também poderão atuar como terceirizadas estão as associações, as fundações e as empresas individuais. O produtor rural pessoa física e o profissional liberal poderão figurar como contratante.

O período de quarentena que ex-empregados da contratante têm de cumprir para poder firmar contrato com ela se forem donos ou sócios de empresa de terceirização serão de 12 meses. Os aposentados não precisarão cumprir prazo.

Quanto a filiação sindical, será garantida a representação pelo mesmo sindicato somente se a contratante e contratada forem da mesma categoria econômica, mas não precisarão ser observados os acordos e convenções de trabalho.

A votação pode ser conferida clicando aqui.

Segue a notícia da Câmara dos Deputados.


Câmara aprova projeto que permite terceirização da atividade-fim de empresa

22/04/2015 - 23h49

A proposta, que regulamenta o trabalho terceirizado no setor privado, será enviada ao Senado. Entre outros pontos, o texto cria regras de sindicalização dos terceirizados; e prevê a responsabilidade solidária da empresa contratante e da contratada nas obrigações trabalhistas.

A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (22) a votação do projeto de lei da terceirização (PL 4330/04). Foi aprovada em Plenário uma emenda que permite a terceirização das atividades-fim das empresas do setor privado e que alterou diversos pontos do texto-base da proposta. O texto seguirá para o Senado.

A emenda, de autoria do PMDB e do Solidariedade, foi aprovada por 230 votos a 203. O texto não usa os termos atividade-fim ou atividade-meio, mas permite a terceirização de qualquer setor de uma empresa.

Assinada pelo relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), e pelo líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), a emenda também ampliou os tipos de empresas que podem atuar como terceirizadas, abrindo a oferta às associações, às fundações e às empresas individuais (de uma pessoa só). O produtor rural pessoa física e o profissional liberal poderão figurar como contratante.

Outra mudança em relação ao texto-base é a diminuição, de 24 para 12 meses, do período de quarentena que ex-empregados da contratante têm de cumprir para poder firmar contrato com ela se forem donos ou sócios de empresa de terceirização. Os aposentados não precisarão cumprir prazo. A quarentena procura evitar a contratação de ex-empregados por meio de empresas individuais.

Já a subcontratação por parte da contratada (“quarteirização”) somente poderá ocorrer quando se tratar de serviços técnicos especializados.

Empregos ou precarização

O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), criticou a proposta. “Querem transformar celetistas em PJ [pessoa jurídica]. O projeto original falava em 24 meses e, agora, está em 12. Vai facilitar a burla do projeto legítimo da terceirização”, afirmou.

Para o relator, Arthur Oliveira Maia, o projeto foi debatido durante bastante tempo. Ele ressaltou que a diferenciação entre atividade-meio e atividade-fim foi criada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). “Essa diferenciação só existe no Brasil e não foi criada por esta Casa, que tem a função de legislar”, criticou.

A terceirização da atividade-fim é condenada pelos sindicalistas com o argumento de que fragilizará a organização dos trabalhadores e, consequentemente, sua força de negociação com as empresas. Já os empresários argumentam que essa sistemática de contratação trará mais agilidade e redução de custos para a contratante, com efeitos na economia.

Cmara aprova projeto que permite terceirizao da atividade-fim de empresa

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26 Comentários

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Acho lamentável a terceirização da atividade fim. Vitória dos empresários, tralhadores derrotados. continuar lendo

Altere para a vitoria do bom senso! continuar lendo

Porque bom senso?? Se só os empresários irão se beneficiar. continuar lendo

Será o fim da CLT?! Na prática vejo que os empregados se tornarão todos empresas terceirizadas, senão não trabalharão, pois ninguém mais irá querer contratar e registrar funcionário, apenas terceirizar as funções. Todo trabalhador será forçado a abrir uma empresa para poder trabalhar. É a vitória dos políticos empresários em face da classe trabalhadora, que a cada dia perde um pouco de seus direitos. continuar lendo

De fato irá enfraquecer a organização dos trabalhadores e a longo prazo precarizar o trabalho, mas o registro em carteira continua sendo obrigatório.Na verdade para quem é terceirizado hoje ,a lei melhora as condições de trabalho, o problema é a possibilidade irrestrita de terceirização da atividade fim (que hoje é considerada fraude) e a quarteirização (que no meu entender é uma forma de driblar a própria lei de terceirização
).

De qualquer forma essa lei é uma irresponsabilidade, mesmo que traga alguma coisa positiva para o Brasil ,diante dos riscos a regulação deveria ser feita de forma gradual. continuar lendo

Diego, Você colocou muito bem e é realmente o que vai acabar acontecendo , dada a índole do empresariado brasileiro, e ninguém atentou para isto, ou seja, os trabalhadores serão obrigados, em um futuro bem próximo, a se tornarem "profissionais autonomos" , já que o empresariado sempre quis se eximir do pagamento das contribuições sociais, justamente as que mais pesam nos custos e pelo jeito podem conseguir. A FIESP, através do Sr. Paulo Skaf, esta conseguindo junto ao PMDB/PT o que sonha a tempos...... continuar lendo

Desculpe a opinião de um leigo, mas pra quem sempre pagou todos os direitos de um empregado rural por 8 anos, facilitau tudo pra ele poder receber seguro desemprego, sacar fundo de garantia e tudo mais, para depois de 6 meses da dispensa receber uma notificação do mesmo empregado pedindo mais um monte de direito; que voce tem que lhe pagar horas extras inventadas, trabalho nos domingos e feriados, pernoite no serviço por 120 dias por ano, adicional de insalubridade, e mais um monte de mentira que voce nem sabe como vai se defender no Tribunal e sabe que tera que fazer uma acordo para amenizar o "roubo" continuar lendo

Lamentavél !!! continuar lendo

Os empresários controlam esse País e usam poder legislativo para aprovar leis que só beneficiam seus interesses como á terceirização em atividade fim , um retrocesso para o direito do trabalhador . continuar lendo